Metodologia

Uma visão geral

Este capítulo descreve sucintamente como é efetivado o processo de análise estrutural dos corpora (de controle e MPB) selecionados. Basicamente, a análise se divide em três fases, nomeadas como se segue:

A Figura 1 apresenta uma visão geral do sistema de análise dos corpora, considerando suas três fases.

Figura 1: Representação esquemática das três fases do processo analítico.

Um detalhamento da fase humana (1) é apresentado na Figura 2.

Figura 2: Detalhamento do processo analítico da fase 1, humana.

Os quatro suportes analíticos adotados são:

MIDI segmentado – partitura da melodia da peça, transcrita como arquivo XML em versão concisa (ou seja, omitindo-se repetições, introduções e interlúdios instrumentais), tendo sido aplicados os sinais de segmentação formais, de acordo com o Modelo de Filtragem Melódica (ver “Modelos teóricos”). A Figura 3 apresenta um exemplo do um trecho melódico segmentado pelo analista.

Figura 3: Exemplo de trecho de um MIDI segmentado.

Vetor R – arquivo em formato CSV no qual as configurações rítmicas da peça analisada são transcritas como sequências de r-letras separadas por sinais de segmentação, de acordo com o Modelo de Filtragem Melódica. O vetor R se apresenta como uma matriz de dimensões 1 \(\times\) n, onde n é o número de r-letras (e sinais de segmentação) encontrados na peça (Figura 4).

Figura 4: Exemplo de trecho de um vetor R.

Matriz NF – arquivo em formato XLS no qual as funções desempenhadas pelas notas da melodia em relação ao contexto harmônico no qual está inserida (como inflexões ou notas-estruturais) são identificadas pelo analista. O arquivo se apresenta como uma matriz de dimensões 5 \(\times\) n, onde n é o número de notas-funções encontradas na peça (Figura 5). Cada linha da matriz NF corresponde a um dos cinco níveis considerados: (A) graus escalares (nível do contexto global); (B) componentes triádicos (fundamental, terça e quinta); (C) componentes tetrádicos (sexta e sétima); (D) tensões simples (nona maior, décima primeira justa, décima terceira maior e décima quarta maior); (E) tensões alteradas (nona menor, nona aumentada, décima primeira aumentada e décima terceira menor).

Figura 5: Exemplo de trecho de uma matriz NF.

Matriz H – arquivo em formato XLS no qual diversos aspectos da estrutura harmônica de uma peça são coletadas e codificadas pelo analista. A matriz H é configurada como uma matriz com 8 linhas e n colunas (onde n é o número de acordes que a peça em análise contém). Assim, para cada acorde da peça, são registrados (Figura 6): fundamental (na linha a); baixo (linha b); tipo acordal (linhas c e d); função (linha e); contexto tonal (linhas f e g; localização métrica (linha h).

Figura 6: Exemplo de trecho de uma matriz H.

Os dados formatados nos quatro suportes analíticos são então inseridos no complexo computacional, formado pelos respectivos algoritmos de análise, que desempenha a fase 2 do processo (Figura 7). Além da computação dos dados específicos da peça analisada, o complexo é também responsável pela atualização das matrizes de dados, que armazenam as informações estruturais acumuladas referentes ao corpus em questão.

Figura 7: Detalhamento do processo analítico da fase 2, computacional.